quinta-feira, janeiro 11, 2007

Evolução "tecnicológica"

No passado, os prédios eram construídos por mestres portugueses semi-letrados e peões analfabetos. Eles conseguiam erigir paredes com prumo e alinhamento. Faziam arcos perfeitamente semi-circulares com auxílios tão sofisticados como barbantes e tábuas.

Hoje, nossa construção involuiu para idade da pedra lascada, apesar de seus engenheiros usarem laptops e os operários usarem celular. As empreiteiras batizam seus empreendimentos com nomes em inglês bizarro, mas a arquitetura que patrocinam é pior que a dos prediozinhos de blocos de madeira, construídos por crianças de 4 anos. Por que será que é tão difícil que, na ânsia de enfeitar seus prédios com penduricalhos neo-clássicos, eles não conseguem fazer um arco que não seja todo capenga? Ou simplesmente uma curva que não pareça um caminho de rato? Se acham que é "frescura de arquiteto", então façam logo uma linha reta (se é que conseguem) ou desistam de construir.

Freios?

Para aqueles velhos o bastante para saber do que se trata, um diálogo do tempo do "guaraná-com-rolha" do automobilismo:

Stewart to Purley, "where do you brake for the esses?"

Purley, "What do you mean, brake?"


(Na foto, o chassis "encurtado" do Lec que David Purley destruiu em Silverstone, junto com todos os ossos do corpo. A culpa não foi dele.)

Ridículos urbanos

Outro dia um famoso colunista inglês traduziu parte da minha inquietação diante dos SUVs que pululam pelos grandes centros do mundo. "É como se um sujeito fosse trabalhar num banco no centro vestido de cowboy".

Mas os escravos da moda não ligam. Seguem entupindo ruas e estacionamentos com seus pequenos caminhões cuspindo fumaça de diesel, moendo o já molambento asfalto da cidade e atirando seus compactos carros de combate sobre indefesos motoristas, não agraciados com a disponibilidade da pequena fortuna necessária para a aquisição dos mamutes mecânicos. Muitos deles custam o equivalente a um apartamento de 2 quartos, como o meu. Alguns até mais.

E lá vão as moçoilas com seus 4x4 levar o lulu na pet shop, o mauricinho engata a tração integral para subir a rampa do shopping e o senhor gordo, com alguns adesivos aludindo a aventuras off road, segue rumo ao Iate Clube. A enorme maioria desses carros nunca pisou na terra. Seus donos não sabem ler um guia de ruas, mas no painel faiscam a bússola, o inclinômetro e o GPS.

No vácuo dessa onda, as espertas montadoras apareceram com os mesmos carrinhos fuleiros de sempre, mas fantasiados de exploradores do sertão bravio. Ultimamente, pelo menos, começaram a abolir os quebra-matos (!!!), mais usados como quebra-joelhos. O melhor deles é o Ecosport da Ford, carro que não passa de um Escort (quase um anagrama) de galochas feito para os maridos mais muquiranas enganarem as esposas famintas por um carro robusto para mostrar às amigas. Elas pensam que possuem um offroad e largam o pé deles. E ainda "é uma gracinha".

terça-feira, janeiro 09, 2007

Linha dura

Na primeira foto que vi do Alonso como piloto da McLaren, o galeguito aparece de "pelos cortos", requinho. Nada de cabelinhos revoltos, luzes e outras dondoquices.

Penelope Charmosa quer fazer história

O nanico desempregado Jacques Villeneuve vai disputar este ano as 24 horas de Le Mans. Se vencer, pode-se considerar que ele vai superar o triplo coroado Graham Hill, campeão da F1, vencedor das 500 Milhas e de Le Mans. O canadense ainda detém o título da Champcar, coisa que nem existia em 1966. Mario Andretti foi um dos pilotos que tentou por anos a fio completar a "tríplice coroa", mas jamais venceu a prova francesa.

Para realizar o sonho, Villeneuve vai correr com os Peugeot Diesel, cercado dos ex-pilotos de F1 (como ele) Pedro Lamy e Marc Gene.