domingo, novembro 13, 2005

Masters of the Universe

Manhã de domingo. Ontem à tarde estava na dúvida: vou ao Autódromo ver ao vivo o que pode ser a derradeira corrida em Jacarepaguá antes que o Maluquinho devaste meu "Field of Dreams"? Estou sem carro, ameaça chover e o programa promete ser totalmente "indígena". Vi na TV imagens dos treinos. Mato até a altura da cintura, caixas de brita cheias de capim... Abri o computador e o golpe fatal foi desferido - um amigo avisou que a corrida inaugural da GP Masters iria ser transmitida ao vivo da África do Sul. Emerson estará de volta na primeira fila, junto com um festival de rugas, panças e fios brancos. De graça, acordando tarde e no meu sofá. Para um recém desempregado, o primeiro item conta.

E às 10 horas lá estou eu, com minha caneca de café na mão. Entra a abertura, "Beautiful Day" do U2, imagens velhas daqueles coroas nos seus tempos de glória e eu me vejo rindo à toa e inquieto no sofá como um moleque de 12 anos esperando as antigas corridas da F1. Como não faço há muito tempo, acordo meu filho para assistir. Com tudo de ruim que vem acontecendo, aquele sorriso idiota não sai da minha cara, só aumenta. O Guilherme se contagia. Tudo bem, é só diversão, não é pra valer. Mas eu duvido que esses caras aliviem quando sentirem o cheiro de óleo queimado.

No grid, pequenos e deliciosos detalhes. Emerson com seu velho número 7 e o capacete com as cores mais parecidas com as do início da carreira. Mansell com o "red five" e na pole, para variar. De Cesaris, o demolidor, com tradicional número 22. Patrese de óculos. Prost fez beicinho e não apareceu, Jones desistiu com o corpo todo dolorido nos treinos. Azar deles.

Show de Mansell, Emmo, Warwick e Stuck, lambança de Laffite (lembrando a que fez há uns 15 anos em Adelaide). Alegria total na chegada, velhotes se abraçando, Laffite se desculpando com Arnoux e todos os presentes em extase. Eu também. Parece que já há uma série de veteranos se candidatando a aumentar o grid da próxima festa.

Mudo o canal para a Stock e imediatamente vejo dois veteranos se embolando em Jacarepaguá. Ingo e Christian, dois ex-F1, batem e vão passear no meio do matagal que cresce livre pelo descuido de quem de direito. A corrida parece que está interessante e eu vejo até o fim, mas o ambiente, apesar de ensolarado, é triste. O prefeito quer por que quer acabar com aquilo. Talvez eu tenha perdido a última chance de ir até lá e vibrar. Uma pena...

Mas minha manhã de domingo foi muito legal!

Força Mamasita!