quarta-feira, dezembro 15, 2004

Segundona 2005

Ao ser perguntado sobre o Flamengo ser rebaixado ou não, hoje eu respondo que isso é o de menos. O que me importa é que faz muito tempo que não tenho tesão nenhum em ver os jogos e ler o noticiário do Flamengo. Por mim, do jeito que está, pode fechar as portas, porque aquilo lá é o bagaço.

Há duas semanas assisti no Canal Brasil a uns filmes sobre os tempos áureos do Flamengo e foi uma delícia. Além da nostalgia, cheguei a umas conclusões radicais. Esse Flamengo que sobrou não é o meu. O meu era aquele dos 80, ou o anterior, que jogava com um bando de cabeçudos, mas jogava com fibra, raça. Isso eu acho que nunca mais vai haver. Quem viu, viu. E eu vi.

F*m-se os nossos "atletas" de hoje.
F*m-se os dirigentes que agem contra o próprio clube para obter benefícios para si e seu grupo.
F*m-se as nossas torcidas vendidas, que torcem a soldo desses mesmos dirigentes.
F*-se a imprensa, que se regozija ao ver a derrocada de um dos símbolos do nosso esporte, da paixão dos brasileiros pelo futebol, por puro rancor.
F*m-se os juízes que se comprazem em discriminar um time, que nos últimos 5 anos de campeonatos nacionais teve meia dúzia de pênaltis a seu favor (naquele de 2002, tivemos um, no último jogo).
F*-se esse flamengo (com minúscula mesmo) que assombra os nossos gramados e telas de TV hoje em dia, arrastando corrente e envergonhando a massa.

Só me resta entoar meu mantra mal-educado contra esse mal estar que me dá ao ver que ninguém liga, que todos preferem a morte do futebol a ver seu próprio grupinho por baixo. O futebol brasileiro não vive sem o Flamengo, como não vive sem qualquer outro grande clube do país. O que farão os milhões de apaixonados quando seu clube deixar de existir? Os "engajados" dirão que eles vão se voltar para os reais problemas nacionais. Besteira!

Há duas semanas também levei meu filho para ver o que pode ser o último jogo do Mengão na primeirona e no Maraca. Até guardei o ingresso, como guardava antigamente os bilhetes dos grandes jogos. Algumas coisas ainda eram reconhecíveis no Flamengo e no ambiente, mas para mim foi só uma despedida. O Maraca está ficando bonito com as reformas, a torcida ainda empurra aquela cambada, mas não adianta. Fico vendo os fantasmas de Reyes, Geraldo, Merica, Rondinelli, Nunes, do Pernambuquinho, Adílio, do Andrade do 6x0, Domingues, Cantarele, Uri Geller, Doval, Luisinho, Rodrigues Neto, Tadeu... Sem falar de todos os craques que eu vi honrarem ali a "camisa que joga sozinha". E acima de todos eles, a enorme sombra do Galo, de cara sisuda, dizendo aos infiéis: "RESPEITEM O FLAMENGO!"

A segundona não é o que me preocupa. Ainda há vida além da Primeira Divisão. O que me tira do sério é o descaso e a irresponsabilidade dessa cambada que eu citei acima e a falta de sustentação para um futuro digno do meu clube. A nossa dívida é impagável, a nossa desmoralização diante do ataque das hordas inimigas é irreversível. Não há futuro para isso que sobrou. Kaput! Finito! Vamos partir pra outra. Fechem a Gávea e entreguem a chave para o Galinho. Viva o Novo Flamengo!

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo!

sexta-feira, dezembro 10, 2004


I'll be back (TM Terminator)