sexta-feira, setembro 24, 2004

E se...?

E se Bernie estiver certo? E se essa nuvem negra que assombra a F1 atual for parte de um plano fabuloso do homem que manda na categoria máxima do automobilismo há décadas?

Sim, porque o que nós pobres mortais conseguimos captar é um suicídio coletivo, comandado por Bernie Ecclestone e seu parceiro Max Mosley e levado a cabo pelos poderosos e vaidosos donos de equipes, uma legião de insensatos correndo céleres em direção ao precipício. Há algumas temporadas foram a Arrows e a Prost. Jackie Stewart, espertamente, "passou o ponto" para a Ford, que agora tenta se livrar da caveira de burro. Para piorar, a mesma Ford completa o desastre comunicando o fechamento, além da equipe Jaguar, da fábrica de motores Cosworth, que fornece propulsores para as duas mais pobres equipes da F1, Minardi e Jordan. Se estas duas ficarem como o carro dos Flintstones, impulsionados pelos pés do piloto, só restará a Sauber como equipe não oficial de alguma grande fábrica.

A matemática de Bernie, pelo menos a que ele ensina p'ra gente, é simples: basta que as equipes inscrevam mais um carro para completar o grid. O Companheiro Max desmente, acha que há uma fila de pretendentes a ter uma equipe, prontos a gastar milhões de dólares para andar no fim do pelotão. Não sei qual mente mais ou está mais louco. Ou será que loucos (ou burros) somos nós, que não entendemos o plano.

Em paralelo, os delirantes, egoístas, estúpidos e arrogantes donos de equipes empinam o nariz, dão de ombros e não deixam que nada mude. Parece que anda tudo uma beleza. Se nove equipes concordam com uma coisa, o décimo joga areia. O Tratado de Concórdia devia se chamar o Tratado de Quase-Todo-Mundo-Concórdia (TM Seu Creisson).

E aí ficamos com treinos chatíssimos, corridas raramente empolgantes, uma equipe que ganha 90% das corridas, pilotos que são sombras de verdadeiros ases e se acham deuses e cada vez menos gente acordando cedo para ver um GP. O mundo da F1 está completamente de costas para seu público. Ignora-o completamente.

Os maiorais acham que ela deve atingir o povão, mas estão enganados, porque o povão só adere quando há circo. E do circo só temos visto os palhaços. Quem mantém a F1 viva é seu público fiel, aquele que não desembarca quando seu herói desaparece, ou quando a qualidade do espetáculo cai por um período. Só que mesmo esses fiéis seguidores têm um limite na sua devoção.

A Fórmula 1 agora faz seu giro pela Ásia, recolhe mais uns milhõezinhos de dólares e vem para o Brasil encerrar a tournée 2004 do Circo. Eu vou estar lá, com meu filho, porque seguro morreu de velho. Quem sabe o próximo GP do Brasil não será o último da história?

(Som ambiente: "It's the end of the world as we know it" - R.E.M.)

quarta-feira, setembro 08, 2004

You got to weep
You got to wail
You got to drag yourself on hands and knees bleeding
Another mile along the trail
You got to laugh in the face of the devil
When he's hanging on to your shirt tail
And hammer in the last nail

My baby's gone so far away
She's never coming back to me

(...)
She said go to sleep
You got to save
Your anger and rage for the living
'Cause they're no damn good in the grave
And don't waste your time in forgiving
The ones who just don't know how to behave
There's heaven and hell in the world that you live in
But I'm in a different place


My Baby's Gone
(Ranken/Finer)